Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e cuja responsabilidade não posso me eximir.
- Paulo Freire
A participação de um licenciando em um
programa de iniciação à docência, como o Pibid é algo inesquecível e ao mesmo
tempo desafiador, principalmente pelo fato que o projeto iniciou de forma
remota e continuo nessa modalidade, em virtude da pandemia de Covid-19. No
entanto, com todas as inquietações que preocupavam todos os participantes do
projeto, iniciamos as ações de forma muito positiva e confiante que colheríamos
bons frutos.
Diante disso, chego à finalização do Pibid
ciclo 2020-2022, com a conclusão que o programa só acrescentou em minha
formação docente, a priori pelo fato que saímos do campo teórico para adentrar
a realidade das salas de aulas, embora que de forma virtual. Começando a
compreender como se dá a relação de professor e aluno, analisando que o
processo de ensino e aprendizagem são etapas que sofrem interferências e se
modificam a cada encontro. Foi perceptível ao longo do projeto que não existe
um modelo pronto de aprendizagem, mas é algo processual e construtivo a partir
das relações entre docente e discentes.
Durante os dezoito meses de projeto, o
nosso subgrupo se dedicou em trabalhar com a perspectiva dos Letramentos (digital,
crítico e literário) e Pedagogia dos Multiletramentos com três turmas do nono
ano do ensino fundamental. O pedagógico da escola propõe que seja trabalhado os
conteúdos da BNCC com base nas competências e habilidades sugeridas pelo
documento, a parte dessa informação realizamos a ligação com a proposta do
subprojeto de Língua Portuguesa.
Entre as atividades realizadas destaco, o
trabalho com os Multiletramentos, nele foi realizado leituras, produção de
tipos e gênero textuais multimodais, no qual se dedicamos a trabalhar com
domínio jornalístico-midiático, com o intuito da criação de um jornal digital a
partir da criação dos discentes. No decorrer do desenvolvimento das atividades
enfrentamos alguns desafios, entre eles, quais estratégias utilizar para atrair
os alunos/as a participar mais das aulas pois no início dos trabalhos os
discentes eram muitos quietos, mas aos poucos conseguimos mais interação com
eles/as.
Além dessas atividades, saliento outras
propostas pedagógicas que foram de grande relevância para minha formação, entre
elas o Projeto Me Lendo, Projeto Literatura+, Jornal Digital e o Projeto “Conte
outra vez”. Tais projetos somaram aprendizados muito pertinentes, visto que
compreendemos o trabalho com a língua portuguesa numa dimensão plural e
dinâmica, pois vimos que é possível ter uma relação dialógica e afetiva entre
docente e discentes. Outro ponto a ser ressaltado são as formações teóricas que
participamos ao longo do programa, elas foram momentos de muitas discussões
teóricas-metodológicas que permearam nossas atuações, a qual pesquisadores como
Antunes (2003), Pereira (2021), Rojo (2012), Kleiaman (2013) e Soares
(2010) contribuíram com seus pensamentos sobre o ensino de língua portuguesa para
o planejamento e execução do plano de ações.
Dessa forma, é nítido que o Pibid acrescentou inúmeros aprendizados e experiência para minha futura atuação docente, principalmente pelo fato que estive imerso no ambiente escolar visualizando os desafios e benefícios da docência. As contribuições desse programa são diversas, mas ressalto as aprendizagens referentes a prática docente de língua portuguesa, a qual evidenciou que não existe uma formula perfeita de atuação docente, mas sim uma prática de sala de aula pautada no respeito e diálogo. Por fim, expresso minha gratidão a este programa que ratificou minha escolha pela profissão docente, como também corroboro para sua efetiva permanência na política de formação de professores da educação básica.
A palavra de ordem é GRATIDÃO!